segunda-feira, 30 de abril de 2007

Balanço

Declaro encerrado meu feriado prolongado! (embora falte ainda um dia para isso) Quero com isso esquecer esses dias, mas lembrar das lições aprendidas.

Então é hora de fazer um balanço desse dias que passaram. Passei esses dias sozinho em casa (meu pessoal viajou e eu fiquei). Por conta disso queria aproveitar essa "liberdade". Criei altas expectativas em torno de um encontro com um certo alguém, afinal tinha as condições que tanto queria para ter esse encontro - estar junto de alguém que gosto muito e que me provoca fantasias sem ter que me preocupar com o relógio. Dificilmente teria essa "liberdade" novamente. Acertamos vários detalhes para fazer desse encontro, "O" encontro. Saí de casa para encontrá-lo animado e cantarolante. No caminho ele me liga, dizendo que não poderia ir. A princípio pensei que era brincadeira. Mas não era. Algo havia acontecido e ele não poderia ir. Entendi que não era culpa dele, mas surtei diante do fato de não mais haver encontro. Eram altas as minhas expectativas. Nesse caso se aplica a regra: "altas expectativas" + "acaso atrapalhando" = "fundo do poço". Foi horrível o que senti. Raiva, frustração, auto comiseração, medo, indignação, remorso. E se era para ir para o fundo do poço, então vamos para o fundo rolar na lama. Chegando em casa fui assistir o filme Brokeback Mountaim, que queria assistir fazia tempo, mas não tinha a oportunidade. Bom, já viu como fiquei né? Isso foi no sábado. No dia seguinte, domingo, foi um dia de ressaca moral pela noite anterior, a que era para ter sido mas não foi. Um dia de reflexão. Mas havia a possibilidade do encontro se realizar na segunda-feira. Esperança à vista! Outra expectativa frustrada. Ele não pôde. Fim de um sonho. Espero ter outros logo, mas com a lição aprendida. Impossível sair ileso de tudo isso. Mas é caindo que se aprende a andar, um pouco machucado é bem verdade. As cicatrizes servirão de lembraça para não se repetir os mesmos erros.

Então, que comece Maio!


"Amanhã, apesar de hoje
Será a estrada que surge
Pra se trilhar

Amanhã, mesmo que uns não queiram
Será de outros que esperam
Ver o dia raiar

Amanhã, ódios aplacados
Temores abrandados
Será pleno, será pleno"

("Amanhã" de Guilherme Arantes)

sábado, 28 de abril de 2007

Frustração


"O garoto estava feliz. Era a segunda vez que iria a praia. Estava ansioso, excitado até com a possibilidade de novamente desfrutar algumas horas de puro encantamento. E ele imaginava: o toque na areia macia, o cheiro delicioso do mar, o gosto da água em seus lábios, o balançar suave das ondas, o verde profundo do mar. Até acordou mais cedo para se aprontar com cuidado para ver o mar. Mas a natureza conspirou contra o garoto. Choveu torrencialmente aquela manhã. Ele não poderia ver o mar naquela manhã. O garoto não se conformava com essa conspiração. Sabia que não havia um culpado, mas estava frustrado. Forças além do controle de qualquer pessoa o impediram de desfrutar do mar. Na tentativa de aplacar sua decepção foi ao shopping. Andou, olhou e procurou. Mas o mar não estava ali. Ele queria o mar. Voltou para casa esbravejando a sua falta de sorte. Não havia outra alternativa a não ser esperar para ver o mar um outro dia. Mas sabe como é criança, quer as coisas agora, faz birra e até chora para ter o que quer. Mas não adianta. Teria que esperar. E torcer. Torcer para que da próxima vez não chovesse, não houvesse uma nova conspiração da natureza."


(um desabafo em forma de conto)

quinta-feira, 26 de abril de 2007

Música


Meus 2 últimos post foram para o lado existencial da vida, do tipo “o-que-sou-por-que-sou-para-onde-vou”. Vamos amenizar um pouco. Resolvi falar sobre um assunto também importante, mas um pouco mais ameno: música.

Tenho observado nos blogs amigos a importância da música na vida de cada um. Todos tem sua playlist favorita ou sua soundtrack preferida para momentos mais que especiais. Ou aquela música que marcou seu primeiro encontro ou seu primeiro beijo. Músicas que emocionam, que enternecem, que lembram emoções passadas ou momentos felizes. Cada um tem seu gosto e preferência musical. E eu quero agora meter minha colher nesse doce.

Desde que nascemos temos a música presente em nossa vida. Lembra de alguma canção de ninar que ouvia quando bebê? Pois é, nosso primeiro contato com a música. E a música tem um poder grande sobre nós? Já se perguntou por quê? Eu já. E achei respostas interessantes. Nosso corpo tem um ritmo interno e a música ao entrar em nossos ouvidos faz contato com esse ritmo. Interage com as atividades biológicas de nosso corpo. Já está provado, por exemplo, que a música é capaz de mudar a frequência das ondas cerebrais. Clássicos de compositores como Beethoven ou Mozart deixam as ondas cerebrais com o mesmo comportamento de alguém que está em repouso, no chamado estado alfa, quando a pessoa está muito relaxada ou não está pensando em nada. As músicas de Mozart até aumentam o número de conexões dos neurônios e melhoram o raciocínio. A USP realizou uma pesquisa recente e mostrou que crianças hiperativas atingiam um grau de concentração maior quando ouviam, adivinhem? Heavy metal! Sim rock pesado, um heavy metal mais melódico de um cara sueco chamado Yngwie Malmsteen (que nome é esse, nunca ouvi falar desse sujeito!). Viva a música!

Depois desse momento Discovery Channel do blog (blog do Hyde também é cultura!), vamos ao meu gosto musical pessoal. Eu não tenho um estilo ou ritmo de música preferido, desde que seja boa música (do meu ponto de vista pelo menos). Pode ser rock em todas as suas vertentes (pop, pesado, alternativo, eletrônico), forró, samba, MPB, sertanejo, clássica, jazz, axe music e por ai vai. Considero meu gosto por música como sendo eclético (palavra gostosa essa não?). Agora, tem uns estilos e ritmos de música que tenho uma certa antipatia, que não conseguem entrar em meus ouvidos. Aliás, até entram por que eu forço a bem da diversidade cultural, mas pouca coisa consegue me encantar. Me desculpem os fãs de grupos de pagode, funk carioca e Rap (até gosto de algumas músicas nesses estilos, mas são poucas).

Assim como creio que acontece com vocês, para mim existe a música certa para determinadas horas. Vamos a algumas delas.

Quando estou dirigindo tenho que estar ouvindo de preferência um bom “bate estaca”, com aquele tum tum tum rebombando nos alto-falantes. Nada de música “mela cueca” ou flash back tristonho e deprimente. Pode ser um rock bem batidão ou música eletrônica. Se sei a letra, então me animo e dou uma de vocalista (só se estiver sozinho, lógico, olha o vexame!).

Já na hora do rala e rola, do vuco-vuco, dar um ré no quibe, dar um tapa na peteca, afogar o ganso, enfim transar, nada melhor que aquela música romântica e suave que contraste com o calor do momento (é galera sou romântico nessas horas). Mas também depende de com quem se está. Alguns tem um soundtrack, digamos mais apimentado para essa hora. Sem problemas. Vamos ousar e experimentar novas sensações e fantasias. O que não pode nessa hora é pagode, porque ai nem viagra dá conta.

Naqueles momentos down, que estou estressado, beirando a depressão crônica tenho uma receita infalível: música clássica. Vamos a receita (eu recomento se você estiver numa situação assim): pegue um colchonete e coloque no chão da sala (se você tiver uma chaise-long, um recamiê ou um divã pode usar, é mais chic). Pegue um CD com a 9ª sinfônia de Beethoven coloque no cd-player e escolha o 4º movimento (Presto: Allegro assai). O CD que tenho é com a Filarmônica de Nova Iorque, regência de Zubin Mehta. Coloque o fone de ouvido com o volume do som no toco. Deite, feche os olhos e acione o play. E comece a viagem. Imagine que está no Metropolitan Opera House de Nova Iorque, ou no Teatro alla Scalla de Milão, ou no Teatro Municipal de São Paulo ou do Rio de Janeiro. Ou até mesmo no Theatro Pedro II aqui da minha cidade (nunca ouviu falar? Clique aqui então). Procure identificar cada instrumento, ver os movimentos do regente conduzindo a orquestra. Sinta as vozes do tenor, do baixo, da soprano, da meio-soprano e finalmente do coral. Ao final de pouco mais de 25 minutos (tempo que dura o 4º movimento) você estará diferente, mais leve. Se não quiser Beethoven pode ser Carl Orff (Carmina Burana), Ravel (Bolero), Carlos Gomes (O Guarani), Mozart (Sinfonia nº 40) ou quem sabe Tchaikovsky, que é um outro compositor clássico que curto muito (com isso também vamos apoiar um membro da irmandade, já que as linguas malditas do século XIX diziam que Tchaikovsky era do lado rosa também). Se você não curte música clássica, tente assim mesmo e depois me diga o que achou.

Lembra de um filme de ação que gostou? Tire a trilha musical. Perde a graça não é? Assim é a nossa vida sem a música. Ou como disse Friedrich Nietzsche: "Sem a música, a vida seria um erro."


p.s. – este texto foi escrito com o seguinte fundo musical: “Holding Back The Years” do Simply Red; Sinfonia nº 40 de Mozart; “I Don’t Love You” do My Chemical Romance; “Precius” do Depeche Mode; “Lama” do Luxúria; e 4º movimento da 9ª sinfonia de Beethoven. Que salada hein??!!



sexta-feira, 20 de abril de 2007

Contemplação


Brothers, quero agradecer pelas palavras de apoio no meu último post. Nesses últimos dias tenho passado por um momento diferente de minha vida. Passada a euforia da descoberta (ou talvez redescoberta), de ter experimentado novas sensações (e eu quero mais, meu anjo!) eu entro algumas vezes num estado de contemplação. Fico meditando na minha vida, olho para trás e tento enxergar à frente. E invariavelmente acabo ficando numa melancolia de dar gosto, literalmente chorando sozinho pelos cantos da casa. Não é que estou arrependido pelo que estou fazendo. Não é isso. Tenho arrependimento sim - de não ter tido a coragem de agir como estou agindo agora. Mas é um sentimento de impotência diante da situação. Sempre fui imediatista, quero as coisas para anteontem. E eu sei que não vou conseguir resolver minha situação de um hora para outra. E isso me irrita.

Para desamarrar minha vida eu fiz um rascunho de um plano de como vou agir daqui para frente. Mas eu sei que a vida algumas vezes rasga nossos planos e debocha de nossa racionalidade. Mesmo assim, eu preciso agir seguindo esse meu rascunho. Preciso fazer algo! É um rascunho, porque lá na frente posso mudar a maneira de agir. Tem coisas que não tenho mais tempo para esperar e por isso já foram resolvidas (p.ex., experimentar outro homem). Mas existem situações e coisas que não serão solucionadas logo. Questões envolvendo família, religião e amigos e que me causam muita dor. Para essas, decidi agir homeopaticamente, com calma, devagar, dividindo um grande sofimento em minúsculas frações de sofrimento, para que se cause o menos possivel de dor. Porque eu conclui que não há solução sem dor. A vida é feita de dor, da hora que se nasce até a morte.Não há como fugir. Me aliei ao tempo, o senhor da razão (acho fantástica essa qualificação do tempo). Porque, quantas vezes eu já vi pessoas que diziam que nunca aceitariam determinado comportamento ou idéia, que nunca agiriam de determinada forma, mas com o tempo aceitaram o que renegaram e agiram da forma que disseram que não fariam. O tempo se encarregou de causar uma erosão nos valores e de mudá-los. Por isso quero tê-lo em meu favor. Poderia sim, como alguns já sugeriram, escancarar para todos o que sou, gritar para o mundo a minha condição. Agir como aquele sujeito que com uma dor terrível na coluna resolve passar por uma cirurgia muito dolorosa para resolver seu problema. Eu prefiro agir como aquele outro sujeito que decide passar por sessões de acupuntura para resolver o mesmo problema. Com a vantagem de ter a opção mais dolorosa de resolver o problema se a primeira não der certo.

Eu sei que tenho de aceitar o ônus que essa escolha acarreta. Mas é díficil algumas vezes. Principalmente devido a minha personalidade imediatista. Ainda bem que a melancolia passa. Ainda bem que temos amigos para essas horas! Gostaria de agradecer a 2 deles que nesta semana me aguentaram, ouviram (leram seria mais apropriado) as minhas lamúrias, quando estava em plena crise melancólica. Valeu Imperfeito! Valeu Trintinha!

Termino este post com um fragmento de um poema de Fernando Pessoa que fala algo interessante, e de quebra faço uma homenagem aos brothers portugueses que passam por esse blog:

Onde você vê a teimosia,
Alguém vê a ignorância,
Um outro compreende as limitações do companheiro,
percebendo que cada qual caminha em seu próprio passo.

E que é inútil querer apressar o passo do outro,
a não ser que ele deseje isso.
Cada qual vê o que quer, pode ou consegue enxergar.

"Porque eu sou do tamanho do que vejo.
E não do tamanho da minha altura."

segunda-feira, 16 de abril de 2007

O corpo


Sábado, início de noite. Eu estava navegando em águas virtuais (o de sempre: blogs, emails de fotos que ainda não terminei de ver, fofocando no MSN) quando surge uma mensagem instantânea do MSN de alguém que era um contato e que já havia deletado (acho que o adicionei quando estava num chat). Me fez aquelas perguntas básicas de chat gay: “tc de onde?”, “qual idade?”, “att ou pas?”. Entrei no jogo. Descobri que era de minha cidade e que tinha 18 aninhos. Disse que nunca havia saído com homens (??) mas que tinha vontade. Pediu para me ver. Peraí. Comigo não é fácil assim. Ainda mais sendo de minha cidade. E se for alguem conhecido, um vizinho, um amigo do tio do irmão do primo de fulano? (ei neura, minha cidade tem 600.000 habitantes tinha que ser justo alguém conhecido? Não é bom arriscar, lei de Murphy) Disse que não podia, não estava só (o que era verdade). Pediu para ver só meu rosto rapidinho. “Agora não dá” respondi. Mas era insistente que só ele. Estava ficando irritado já. Então propus: “abre tua cam que abro a minha”. “Tô sem cam nesse pc” (me engana lindinho!!). “Mas ponho uma foto minha”. Concordei. Liguei minha cam, só que me mostrando do pescoço para baixo (estava de camiseta). “E aí cade a foto?” perguntei. “Peraí” respondeu. Depois de uns segundos, ele solta a pérola: “Desencana, não curti”. Nem deu tempo de teclar nada, tipo “você não viu o principal”. Ficou off line. Fui desprezado por um garoto de 18 anos! Não tudo bem, I will survive, mas brothers esse episódio atiçou um velho conhecido meu: a neura que tenho em relação ao meu corpo.

Desde pequeno tenho uma desavença pessoal com meu corpo. Acho que a psicanálise explica isso. Como sempre tive atração pelo sexo masculino e sempre rejeitava isso, talvez rejeitasse meu corpo por isso. Chega de momento Freud! Para vocês terem uma idéia do grau dessa minha neura, quando ia a praia ficava de camiseta. Não. Imagina a cena. Meus primos bincando na areia, na água e eu de camiseta na praia. Tinha vergonha de tirar e me mostrar. Não que fosse gordinho ou tivesse alguma cicatriz monstruosa. Era vergonha mesmo. Vendo hoje as fotos minhas nas vezes em que fui a praia quando garoto, é facil me achar na foto. É só procurar um borrão branco de camiseta. E na época da escola? Eu detestava as aulas de educação física! Pois teve um ano que quase reprovei por causa de educação física. Fui a conselho de classe para poder passar de ano. Não queria ir as aulas de educação física de jeito nenhum. Faltava demais. Tudo porque o bendito professor só dava futebol e era aquela humilhação: os 2 craques da turma escolhiam quem ia jogar em seu time. E adivinha que sempre sobrava? Eu. Imagino até que ele discutiam para ver que não ia ficar comigo. Detalhe: um dos times tinha de jogar sem camisa. Entendeu né?

Nos últimos anos melhorei um pouco. Quando vou a praia ou clube até tiro a camisa! Mas não ficava muito confortável em me expor. Como sou muito branco, demoro para bronzear. Quando vou a praia e começo a querer pegar uma cor, tenho que voltar. Isso sem falar que ultimamente fico parecendo uma misto de zebra com pimentão. Tudo conspira contra mim.

Agora, como resolvi assumir meus desejos, destravar a trava mestra que me atrasava a vida, a relação com meu corpo melhorou. Fizemos uma DR e estamos numa boa. Até academia começei a fazer. Mas achou que comigo ia ser simples assim? Não. Pois não é que meu joelho resolveu se rebelar e está atrapalhando minha malhação? E já estou ficando impaciente em ver resultados palpáveis em meu corpo. Eu sei que não vou ficar todo “riscado” ou ficar com um corpinho de soldado de Esparta. Mas quero ver e sentir resultados. Anabolizantes não estão descartados ainda, serão um extremo e último recurso. Ainda mais quando leio que depois de uma certa idade nós começamos a perder 1% de massa muscular por ano. É pouco. Para quem tem massa muscular para perder! Quem não tem muita fica no débito. Tenho que ganhar 2 para perder 1 e ficar com 1. Oh, matemática ingrata!

Todos nós nos preocupamos com nosso corpo. Quem não gosta de ouvir um elogio? Ser chamado de “gostoso”, “tesão”? Ouvir que tem uma bunda gostosa ou pernas deliciosas (esses eu já ouvi, né meu anjo?) e outros elogios similares? Eu gosto. Ultimamente, quando estou com uma crise de alta baixa estima (expressão engraçada essa) entro em um web chat gay, abro minha webcam e espero elogios. Loucura? Os caras lá tão agindo sob o efeito de tudo menos da razão. Mas são elogios. É como quando você está com fome e come porcaria: não sustenta, mas mata a fome. Já ouvi elogios mais sinceros de outros. Gosto de ser desejado. Vai me dizer que você não?

Agora, é foda ser rejeitado por um garoto de 18 anos, que me viu de camiseta numa webcam (aliás, acho que essas webcam distorcem um pouco minha aparência: me vejo nelas e me acho horroroso, me vejo depois num espelho e não me acho tão horroroso assim). Garoto de 18 anos, se você estiver lendo isso, tenho 2 coisas pra te dizer: primeiro, a minha vingança é que você vai chegar na minha idade e torço para que quando isso acontecer, você esteja não só com o corpo sarado, mas principalmente com o cérebro sarado. Segundo, quando for dispensar alguem porque não gostou (eu sei que não é possivel agradar a todos), passa um pouco de KY nas suas palavras!


p.s.- podem tirar seus filhotes de equino da precipitação pluviométrica, eu não vou colocar fotos minhas aqui (como no desafio do Foxx) para serem analisadas. Deixo isso para os mestres Foxx, Trintinha e Imperfeito que possuem muito mais atributos físicos que eu.

quinta-feira, 12 de abril de 2007

Poesia


A bunda, que engraçada.
Está sempre sorrindo, nunca é trágica
Não lhe importa o que vai pela frente do corpo.
A bunda basta-se.
Existe algo mais?
Talvez os seios.
Ora - murmura a bunda - esses garotos
ainda lhes falta muito que estudar.
A bunda são duas luas gêmeas em rotundo meneio.
Anda por si na cadência mimosa,
no milagre de ser duas em uma, plenamente.
A bunda se diverte por conta própria.
E ama.
Na cama agita-se.
Montanhas avolumam-se, descem.
Ondas batendo numa praia infinita.
Lá vai sorrindo a bunda.
Vai feliz na carícia de ser e balançar.
Esferas harmoniosas sobre o caos.
A bunda é a bunda,
redunda

Carlos Drummond de Andrade


Essa é uma singela homenagem àquela parte do corpo masculino que nos inspira tanto (Drummond, eu sei que a bunda masculina não era originalmente o alvo de sua poesia. Meu poeta, me desculpe a mudança do sexo do objeto homenageado mas é para uma boa causa!).

segunda-feira, 9 de abril de 2007

Retorno


Acabou a novela mexicana (ou diria espanhola?). Logo depois que escrevi o post abaixo, assim que desconectei (consegui conectar por telefone) o pessoal da Telefônica me liga perguntando se poderiam vir instalar o Speed (banda larga) e é lógico que aceitei né? Estou speedificado!!! Agora vou tirar o atraso de todos esses dias que não pude conectar, ler os blogs amigos, colocar coisas novas no blog, ver emails acumulados. Para vocês terem uma idéia, eu tenho 2 outros emails que uso para receber fotos e links de filmes (grupos de emails para envio de fotos de homens claro), um está com 1.580 emails não lidos e o outro com 2.086. E olha que fiquei umas 3 ou 4 semanas sem abrir a caixa de entrada! Não posso desprezar o esforço do pessoal que mandou esses emails, deve ter dado tanto trabalho enviar essas fotos, vejam bem não é pelas fotos. É consideração pelo esforço do pessoal que mandou, claro!!

Eu sei que esse tempo que fiquei sem net, me sentindo um náufrago na ilha de Lost, percebi como nossa vida mudou depois da internet. Hoje com net tudo é mais fácil. Me lembro de quando não havia a net (esse mundo existiu meus queridos!) e que se quisessse ver fotos de homens nús tinha que comprar revistas em banca de jornal. Era aquela epopéia para conseguir isso, uma verdadeira missão impossível. Armava um plano de ir a banca de jornal e disfarçadamente escolher a revista. Voltava depois de sondar se não havia mais ninguém na banca, pegava a revista e ia pagar. Ai era foda, ter que encarar o jornaleiro com uma revista gay na mão! Sempre pensava que ele ia dizer: “você não é o Bob? Você é gay?” Brothers era uma sensação de impotência e insegurança enorme. Hoje não. Com a net você se entope de fotos e filmes no anonimato. Você pode ousar ser o que verdadeiramente é. Eu sei que a net não é uma praia tranquila e segura.Tem entre suas águas aparentemente calmas, rochedos e buracos que traiçoeiramente podem fazer-nos cair. Eu sei. Estou falando de pessoas que se dissimulam para enganar outros. Minha intuição já detectou pessoas assim em conversas em chats e no MSN, pessoas que do outro lado da tela tentavam me enganar (espero sinceramente que meu detector de falsidade estivesse com defeito nessas ocasiões). Isso é algo que me irrita muito. Por que isso? Eu uso esse espaço (e acho que vocês também) como uma forma de desabafo. Vivo aqui nessa praia sem disfarces e expresso coisas que nunca falei a ninguém. Em conversas no MSN, pergunto muito também, pois sou um bicho curioso por natureza e admito que às vezes extrapolo. Mas não é por maldade. Prefiro que nessas ocasiões me digam: “Cara, não quero falar sobre isso” ou “Vamos mudar de assunto?” ao invés de mentir e me enganar. Uma das bússulas que uso é aquilo que o Mestre Cristo disse - faça aos outros o que você quer que façam a você. Se quero ser tratado com respeito, trato os outros com respeito. Se quero verdade e sinceridade, tenho que ser verdadeiro e sincero. Não quero pensar que sou um idealista por agir assim. Mas agindo assim, apesar dos riscos, dou minha contribuição para tornar esse nosso virtual mundo um pouco melhor do que o mundo real.


Por falar em respeito e verdade, o Fantástico de ontem exibiu uma reportagem fantástica (desculpem o trocadilho) sobre preconceito e respeito as minorias (se não viu clique aqui:
http://fantastico.globo.com/Jornalismo/Fantastico/0,,AA1511813-8488,00.html ). Destaco 2 coisas nessa reportagem: uma frase citada no final, do escritor americano James Baldwin, que, em meados do século passado, usou a literatura para se afirmar como negro e homossexual. “Se você não vive sua própria vida, não é como se vivesse a de outra pessoa: você acaba não vivendo vida nenhuma”. E a segunda é a história de Paulinho, um baiano que asumiu perante todos seu amor por outro homem. Ele até fez um video declarando seu amor. O video está logo abaixo. É de uma beleza perturbadora. Emociona. Confiram:

sábado, 7 de abril de 2007

Comunicado

Brothers, estou com alguns problemas na minha conexão da net e por isso ando meio ausente do blog e do MSN de amigos. Há tempos vinha tentando mudar para banda larga, mas não conseguia, a desculpa da Telefônica (a operadora da minha cidade) era impossibilidade técnica (vamos deixar claro que não moro em um vilarejo perdido na selva amazônica, ok?). Até que recentemente, quando troquei meu pc por um novo tive a resposta positiva da Telefônica. Mas a lei de Murphy . . . Pra que simplificar se a gente pode complicar, né? E complicou galera, não podia conectar nem por telefone, pois já era um cliente speed, pode? Eu tive até que trocar o número do meu telefone fixo pra conseguir ter a banda larga! Eita novela mexicana que não acaba gente!!! Até pro ombudsman deles eu apelei. Espero que logo tudo esteja resolvido e possa voltar com novidades. Não sumi não hein, e nem desisti do blog. Não tem como, é um caminho sem volta.