sábado, 11 de agosto de 2007

Cansaço


Cansado. Essa é uma palavra que define de forma exata como estou me sentindo. Mas não cansado da vida ou do blog. É cansaço físico mesmo, devido a estar trabalhando muito. Engraçada essa nossa vida né? Há alguns dias estava entediado por não fazer nada, enviando curriculum, esperando retorno que nunca vinha de entrevistas (e com tempo mais que de sobra para traquinagens virtuais e reais). Agora, cansado por trabalhar demais. Nem mal começei no novo emprego e meu banco de horas já está com uma quantidade interessante de horas. Antes assim. O problema de tudo isso é a falta de tempo e disposição para fazer algo que me acostumei, ou melhor, me viciei: escrever em meu blog, visitar blogs de amigos e papear pelo MSN. Já devem ter notado isso. Até tentei algumas vezes a noite visitar alguns blogamigos, mas o cansaço me domina e então caio nos braços de Morfeu. Não tem jeito. Quando passar essa fase inicial no meu emprego, de montagem de meu setor, as coisas se normalizam (espero!).

Não sumi não viu? E tampouco desisti do blog. Estou com muita saudade de vocês, de participar de uma certa forma de suas vidas por ler o que escrevem nos blogs. E compartilhar com vocês meus brothers, a minha vida também. Não quero nunca abandonar esse meu cantinho na blogaysfera. Por hora, vou terceirizar um pouco esse espaço para não passar totalmente em branco. Vou colocar um texto que recebi por email e me chamou a atenção. O que vocês acham, “homossexual” é adjetivo ou substantivo? Leiam o texto abaixo.

Não existem homossexuais

Não conheço homossexuais. Nem um para mostrar. Amigos meus dizem que existem. Outros dizem que são. Eu coço a cabeça e investigo: dois olhos, duas mãos, duas pernas. Um ser humano como outro qualquer. Mas eles recusam pertencer ao único gênero que interessa, o humano. E falam do "homossexual" como algumas crianças falam de fadas ou duendes. Mas os homossexuais existem?
A desconfiança deve ser atribuída a um insuspeito na matéria. Falo de Gore Vidal, que roubou o conceito a outro, Tennessee Williams: "homossexual" é adjetivo, não substantivo. Concordo, subscrevo. Não existe o "homossexual". Existem atos homossexuais. E atos heterossexuais. Eu próprio, confesso, sou culpado de praticar os segundos (menos do que gostaria, é certo). E parte da humanidade pratica os primeiros. Mas acreditar que um adjetivo se converte em substantivo é uma forma de moralismo pela via errada. É elevar o sexo a condição identitária. Sou como ser humano o que faço na minha cama. Aberrante, não?
Uns anos atrás, aliás, comprei brigas feias na imprensa portuguesa por afirmar o óbvio: ter orgulho da sexualidade é como ter orgulho da cor da pele. Ilógico. Se a orientação sexual é um fato tão natural como a pigmentação dermatológica, não há nada de que ter orgulho. Podemos sentir orgulho da carreira que fomos construindo: do livro que escrevemos, da música que compusemos. O orgulho pressupõe mérito. E o mérito pressupõe escolha. Na sexualidade, não há escolha.
Infelizmente, o mundo não concorda. Os homossexuais existem e, mais, existe uma forma de vida gay com sua literatura, sua arte. Seu cinema. O Festival de Veneza, por exemplo, pretende instituir um Leão Queer para o melhor filme gay em concurso. Não é caso único. Berlim já tem um prêmio semelhante há duas décadas. É o Teddy Award.
Estranho. Olhando para a história da arte ocidental, é possível divisar obras que versaram sobre o amor entre pessoas do mesmo sexo. A arte greco-latina surge dominada por essa pulsão homoerótica. Mas só um analfabeto fala em "arte grega gay" ou "arte romana gay". E desconfio que o imperador Adriano se sentiria abismado se as estátuas de Antínoo, que mandou espalhar por Roma, fossem classificadas como exemplares de "estatuária gay". A arte não tem gênero. Tem talento ou falta de.
E, já agora, tem bom senso ou falta de. Definir uma obra de arte pela orientação sexual dos personagens retratados não é apenas um caso de filistinismo cultural. É encerrar um quadro, um livro ou um filme no gueto ideológico das patrulhas. Exatamente como acontece com as próprias patrulhas, que transformam um fato natural em programa de exclusão. De auto-exclusão.
Eu, se fosse "homossexual", sentiria certa ofensa se reduzissem a minha personalidade à inclinação (simbólica) do meu pênis. Mas eu prometo perguntar a um "homossexual" verdadeiro o que ele pensa sobre o assunto, caso eu consiga encontrar um no planeta Terra.
JOÃO PEREIRA COUTINHO (Folha de São Paulo)
12 de Agosto de 2007, 11:00h
Fazendo uma atualização:
Depois que escrevi este post, recebi um video por email e ao invés de fazer outro post achei interessante colocá-lo aqui mesmo como, vamos dizer, homenagem aos pais.
A história do video é o seguinte: no final de 2006 uma escola na Holanda fez um 'festival de todas as artes' com o tema: "QUEM SÃO PAPAI E MAMÃE?" E permitiu que a criançada soltasse o verbo sem censura... Este vídeo é do menino vencedor do festival...

11 comentários:

Latinha disse...

uhaauha Isso que é sincronicidade!!
Sabe que eu também publiquei esse texto no meu bloguinho?! Gostei muito dele também!

Amigo, tenho certeza que estás curtindo esse cansaço com muito prazer! Logo teu corpo se acostumará, tenho certeza.

Mais importante é que estás feliz!!! Uma ótima semana para você, muito trabalho, muitos momentos bons...

Qualquer hora dessas a gente se esbarra no MSN! ;-) Abraços.

Râzi disse...

Eu tinha lido ele no do latinha! Hauahauhauahauahauhauhaauh!
Eu não disse que as coisas estavam caminhando nessa direção?

quanto ao vídeo, só em casa! E vou te passar um que vi também! Tenho certeza que vai adorar!!

Beijão!

PsQuanto ao cansaço, meu lindo, o que a dona patroa tem dito??? Hauahauahauhauahuah! Beijão!

Anônimo disse...

nossa
cara que postagem longa
despulpa não deu tempo de lela toda
mas so quero dizer um oi...
beijão cara

Leo Carioca disse...

Tá aí um problema coletivo, né? O cansaço. Acho que todo mundo sabe bem o que é isso.rs

Poison disse...

Ah.... vamos dar um jeito nesse cansaço... hehehe!!!
Um homem jovial e inteligente não pode se dar a esses luxos de cansaço... hehehehe!!!

Muito bom o texto... já tinha lido no TinMan!!!

Ânimo!!! E apareça!!!
Abraços!!!!!

FOXX disse...

interessante esse papo de naum haver homossexuais
gostei

Unknown disse...

Amigooooooooooooo! blz? É, emprego novo é assim mesmo, leva tempo prá se acostumar! Beijos!

Oz disse...

Já tinha notado a tua "ausência", mas imaginei mesmo que fosse devido à fase de adaptação ao novo emprego. É assim mesmo. Há que estabelecer prioridades. Depois, quando tudo acalmar mais um pouco, cá estaremos.
Grande abraço!

Il Bastardo disse...

Espero que eles paguem as horas extras...
Lindo texto já repassei para os amigos, bom final de semana!
Descansa!

Kaka disse...

Olá amigo! Quanto tempo!
Nem me fale em cansaço! rs

Puxa! Que texto! Simplesmente perfeito!

E o filme tb é lindo!
Beijo!

Luiz Pep disse...

Esse texto eu já vi em algum blog, fiquei meio na duvida se ele está defendendo ou se está querendo que não seja levantada a bandeira da afirmação sexual, ou seja, se ele simplesmente se sente incomodado por saber que seu amigo se afirma gay, melhor seria se ele não revelasse. Fiquei na dúvida principalmente pelo motivo que ele se afirma heterossexual... “Não existe o "homossexual". Existem atos homossexuais. E atos heterossexuais. Eu próprio, confesso, sou culpado de praticar os segundos (menos do que gostaria, é certo).”