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“Quem não deve não teme. . . Conheço a família dele, sua índole e seu caráter há 11 anos, desde que ele começou a jogar.” Essas palavras foram ditas por Julio Fressato, empresário do jogador de futebol Richarlyson, comentando uma afirmação feita por um diretor do Palmeiras no programa Bate Bola da Record. O imbróglio todo foi o seguinte: esse diretor, José Cyrillo Jr., quando indagado no programa sobre quem seria o jogador que estaria negociando assumir sua homossexualidade no Fantástico da Rede Globo, citou o nome do jogador Richarlyson (se quiser ver o vídeo dessa gafe do diretor do Palmeiras, clique aqui). Mas o fato é que, bastou essa afirmação para desencadear mais uma onda de preconceito, machismo e frases infelizes contra os gays. Por exemplo, a declaração do empresário do jogador. Pela ótica dele, os gays não tem índole e nem caráter. Somos um bando de pervertidos, é isso? Tudo bem, existem alguns homens gays que tem o lema “demais nunca é bastante”. Mas isso é um comportamento que não é exclusivo dos gays. Homens héteros também agem assim. Isso é um comportamento do homem, independente de orientação sexual. A mãe do jogador também saiu em defesa do filho, dizendo: “Eu sei que ele não é, não precisa mostrar nada para ninguém. . . Ele é um menino muito amável”. Também numa suposta página do jogador no Orkut, o rapaz foi chamado perjorativamente de “seu boiola”, “viadinho” e “bambi”. Qual o motivo de toda essa homofobia? Se ele é ou não gay é um assunto que diz respeito apenas a ele. Mas se ele ou outro jogador qualquer for gay e assumir isso publicamente, esse ato se torna uma heresia. Por que? Será que por assumir sua orientação sexual o atleta perde suas habilidades? É claro que não! Ou será que por ser uma figura de destaque na mídia ele passa a influenciar negativamente os jovens com seu comportamento “bizarro”? Absurdo isso! Seria sim uma atitude de coragem, porque o futebol é um reduto machista por excelência. Seria uma quebra de paradigma interessante essa. Ou vai me dizer que no futebol não existem jogadores gays camuflados? Segundo alguns estudos, 10% da população é gay, então entre 11 jogadores de um time em campo, estatisticamente falando 1 é gay.
Na realidade se usam situações como essa para exercitar o preconceito que existe contra aqueles que são diferentes. Se tenta mostrar que ser homossexual é negativo e depreciador. Me cansa isso. Já é díficil viver nas sombras e não poder ser o que realmente sou. Mas, como aquele sujeito que está remando contra a correnteza sabe muito bem, se pararmos de avançar a correnteza nos leva. Então brothers, vamos continuar a remar contra a correnteza do preconceito! Nem que for para avançar poucos milimetros. Quem disse que grandes mudanças ocorrem assim, de uma hora para outra. Não, não é assim. Darwin nos ensinou que a evolução é lenta e gradual. Aos poucos esses preconceitos são derrubados. Mas como é difícil isso! Albert Einstein já dizia: “Triste época! É mais fácil desintegrar um átomo do que um preconceito.”